O meu herói da Pandemia
Num ano em que o Gonçalo tinha ganho novos amigos, em que pela primeira vez os colegas de escola o convidaram para festas de aniversário, em que ele tinha conhecido novas pessoas que o acolheram com carinho, num ano em que ele tinha feito novos amigos e eu chegava e o via Feliz a brincar com os outros meninos como qualquer outra criança e o meu coração se enchia de alegria… nesse ano que tanta evolução prometia, surge-nos a Pandemia.
E se eu já admirava este miúdo, depois disto tudo admiro ainda mais. Ele foi a minha maior força. Podem pensar que ele não percebe o que se passa à sua volta, mas não podem estar mais errados.
Ele cumpriu as regras mesmo a refilar. Levantou-se para as aulas online e participou e colaborou e trabalhou.
Deixo aqui também um enorme e gigante obrigada às professoras Élia Rodrigues e Sandra Rodrigues que foram excecionais não só para com o Gonçalo como para comigo, por me ajudarem a orientar o Gonçalo, por me escutarem os desabafos nos dias maus, por nunca deixarem de acreditar que o meu filho era capaz e por terem dado cambalhotas para que o meu filho tivesse direito à educação.
Um grande abraço e Obrigada à Musicoterapeuta e Psicopterapeuta Catarina Carvalho, que apesar de eu compreender o quanto difícil para ela foi a musicoterapia à distância, mas mesmo assim foi ótimo , pois conseguiu que o Gonçalo andasse a cantarolar pela casa.
Ao terapeuta ocupacional e à terapeuta da fala, cujos nomes agora me falharam, por ligarem a dar sugestões e enviar materiais.
O Gonçalo adaptou-se sempre sorridente, não gostou das máscaras ( eu também não), mas acabou por se adaptar e aos poucos vai conseguindo usar.
Sei que ele tem saudades das aulas online, dos colegas, dos amigos, das professoras, Sandra Rodrigues e Élia Rodrigues, das assistentes da unidade a Dona Manuela e a Dona São que tanto o mimam e até do mimo das cozinheiras do refeitório.
Sei que tem saudades da Educadora Mena Freire que há 4 anos o acolheu de braços abertos, na sua pior fase e das assistentes Regina e Suely que tanto ajudaram a ele e a mim.
Dos mimos do ATL, dos meninos.
Dos abracinhos, dos beijinhos, até dos ralhetes
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Sei que ele tem saudades até dos seus amigos de quatro patas da Cinoterapia e dos seus treinadores da GNR que se voluntariam para esta função
E neste turbilhão de mudanças, de barreiras, de separações, mesmo com saudades ele sabe ser feliz
E na sua imensa sabedoria soube ler-me a alma e desanuviar-me as tristezas com os seus abraços e beijos.
Por isso ele é o meu herói da Pandemia.