Ausência...
“Ausência, escuta o meu protesto
Contra a tua força,
Distância e duração;
Para os corações constantes
Ausência é presença;
O tempo espera. (…) “
Inicio este post sobre a minha ausência com um pequeno excerto do belíssimo poema de Johne Donne
Sim tenho estado ausente, mas presente, calada, recolhida no meu mundo, cansada. Às vezes penso se os genes a que o meu filho puxou com tanta força não foram os meus. Tenho por vezes uma forte necessidade de me recolher ao meu mundo à minha concha, isolar-me. Há alturas em que o mundo para mim é um terreno perigoso, onde pela simples exposição de socializar temo ferir e ser ferida. Talvez ande mesmo muito cansada. Só em duas semanas consegui evitar entrar em sentido contrário numa estrada, mas para isso fiquei parada dez minutos apensar para onde tinha que ir num caminho que conheço há mais de dezoito anos e consegui evitar um acidente quando o carro me rodopiou na auto estrada. Grata, contudo, por ter tido sangue frio para parar e pensar e para não entrar em pânico quando o meu carro rodopiou. Mas fiquei a pensar se não sinais do universo para abrandar, para parar. Vou voltar aos pouquinhos.Tenho tanta coisa para contar e para partilhar. Começamos pelo consultório. Hoje temos mais um fantástico artigo da Sofia Castro Sousa e aos poucos retomarei as visitas atrasadas. Mesmo que ainda me apeteça ficar recolhida na minha concha, não vou desistir deste cantinho.