Apresentação
Quem sou eu. Apenas uma mãe como tantas outras, mas que gosta de transformar manchas amarelas em sol. Sou uma mãe abençoada com dois filhos especiais. Uma filha que falou precocemente com seis meses e aos dois anos não se calava e daí nasceu o que posso considerar a primeira parte deste blog: O “Crónicas de uma mãe atrapalhada”.
Anos mais tarde fui de novo abençoada, mas desta vez com um menino, até mais ou menos aos dezoito meses parecia crescer sem qualquer problema Como tudo na minha vida parece passar de um extremo ao outro, o meu filho disse meia dúzia de palavras e conforme foi crescendo parou de falar. O meu coração de mãe dizia que algo de errado se passava, mas desde de familiares, a médicos todos achavam que me preocupava em vão. Mas o menino foi crescendo e continuava sem falar.
Quando entrou para a creche a Educadora confirmou-me que algo não estava bem. E desde aí começou outra luta. Após alguns exames de otorrino descobriu-se que o menino não ouvia! O Timpanograma de ambos os ouvidos vinha zero, duas linhas retas, não entrava nenhum som. O meu filho tinha crescido no silencio! Não ouvia e por isso não falava. Fiquei de rastos, senti-me a pior mãe o mundo, só me perguntava porque não tinha seguido a minha intuição? Como não tinha percebido? Sobre isso descansaram-me as Otites serosas por vezes não davam sinal, nem febre nem dores. Mais tarde foi operado, mas não evoluiu muito mais. Começou um novo périplo de corridas para médicos e Hospitais e o diagnóstico que eu temia chegou: T. E.A. (Transtorno do Espectro do autismo).
Fiquei sem chão!
Passei um mau bocado e às vezes ainda passo! O menino era alvo de Bullying na creche (particular) por isso mudei-o para uma escola Pública onde teve a sorte de ter uma Educadora fora de série e uma equipa de auxiliares cinco estrelas e que o ajudaram a evoluir imenso.
E foi por isso que não continuei a escrever sobre o menino?
Sim e não. Passei um período de choque onde não sabia como o proteger e fui-me abaixo, depois olhei para o meu filho e percebi que a única maneira de o proteger era erguer-me e lutar para o ajudar de todas as formas que pudesse. O meu filho hoje tem seis anos, (embora pareça ter três) e é um menino muito inteligente e feliz à sua maneira de que me orgulho muito. E sim, a história dele tem de ser contada, mas não pude contá-la no meu outro blog porque infelizmente perdi a senha de acesso a ele durante um tempo e assim decidi criar este para contar a história do meu filho e quem sabe desta forma sensibilizar as pessoas estas “Incapacidades invisíveis”.
A minha filha já tem treze anos e depois de ler o blog da sua infância pediu para partilhar um blog comigo “O Crónicas de uma filha atrapalhada” e como a escrita é o meu escape e ás vezes gosto de desabafar com as letras e “cozinhá-las” a meu bel-prazer tenho o “Sopa de Letras”. blogs em que também assino como Alfa.
Já é tarde e já me alonguei. Por hoje fico por aqui. V