O Gonçalo desde sempre que adora bananas. Acabou de jantar e mal eu lhe estava a perguntar, agarrou na banana que eu tinha na mão para lhe perguntar se ia querer uma.
“Humm assim não vale, digo-lhe eu” e tento tirar-lhe a banana. Ele recua a mão com a banana. Pego noutra e finjo que é uma espada para lhe retirar a outra banana.
Os olhos dele iluminam-se num sorriso. Sim, ele sorri com os olhos.
De repente fico desarmada e o Gonçalo com duas bananas, perdão, espadas.
Agora sou uma dama em perigo pela ameaça da Terrível Bóbó ( a abóbora que era destinada ao Halloween) .
O Gonçalo, tal qual herói corajoso e verdadeiro espadachim, não hesita em erguer as suas bananas contra a abóbora, perdão as suas espadas contra a vilã BóBó e esta perante tamanha coragem, desaparece dando lugar a uma abóbora no seu lugar.
Mas isto era nada mais nada menos que um ardil para reaver a minha banana, perdão, a minha espada.
E um terrível duelo inicia-se, filho contra mãe. Tal como o D. Afonso Henriques contra a sua mãe.
Estocada, para cima, para baixo, alguns floreados e recuos estratégicos de mãe e filho.
De repente sou “desbananada”, perdão desarmada. Rendo-me e deponho a arma entregando-a ao filho (a História tem destas coisas, tem tendência a repetir-se)..
O filho tal qual espadachim ousado e honrado aceita a rendição e devolve-me a arma. Torno-me sua aliada (afinal mesmo repetindo-se o fim da história pode mudar-se).
E acabamos os dois num banquete de tréguas, saboreando duas deliciosas bananas.
Foi um momento mágico de mãe e filho, rimos imenso. Não havia autismo, nem síndrome nem nada. Também não havia mais ninguém no nosso mundo. Era um momento só nosso.
Éramos apenas uma mãe e um filho a brincar juntos e como ele adorou a brincadeira e como eu adorei a forma magnifica como ele alinhou na brincadeira